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quinta-feira, 31 de março de 2011

Peixe australiano que ganhou título de “mais feio do mundo”


Blobfish(peixe bolha)

O peixe tem textura gelatinosa e lembra a face de um humano triste,corre risco de extinção

O peixe da espécie Psychrolutes marcidus, mais conhecido por blobfish (peixe bolha), está em risco de extinção devido à pesca por traineiras, pesca de arrasto. O peixe vive em águas profundas, cerca de 800 metros de profundidade, na costa sudeste da Austrália.

O blobfish pode medir até 30 centímetros, não se mexe muito e nem vai atrás de suas presas, ele espera atento até um peixe de pequeno porte passar à sua frente para poder abocanhá-lo. Esse peixe não é comestível, mas por azar, dividi seu lar com algumas das espécies mais preciosas para os pescadores, como o camarão e a lagosta. Então, o peixe bolha é levado pelas redes de pesca sem chances de escapar.

fonte Aquário de Bonito

quinta-feira, 3 de março de 2011

HAJA PEIXES!!!!

Haja peixe

Conscientização ambiental, novos adeptos, equipamentos sofisticados e torneios especializados, além da paixão natural pela pesca, impulsionam o setor no país

Texto José Augusto Bezerra
Fotos Ernesto de Souza


CRIANÇAS no cais de Cáceres, MT, em prova do FIP – Festival Internacional de Pesca Esportiva

Brenda Aloisi ainda não sabe dos prazeres e dificuldades da pesca esportiva em água doce no Brasil, mas já tem noções a respeito. Ferrou (fisgou) seu primeiro peixe – um lambarizinho de pouco mais de dez centímetros – no ano passado, numa pescaria de fim de semana com a família, numa baía do rio Paraguai, em Cáceres, MT.

Para ela, foi um dia inesquecível: o coraçãozinho a mil com o puxão no anzol, a mãe (Lilian) correndo para ajudá-la com a linha, os irmãos (Alan, de 14 anos, e Gloria, de 10) gritando “a Brenda pegou um, a Brenda pegou um”... Mais tarde, ainda aturdida, mas orgulhosa de sua proeza, ela levou o peixinho para casa num baldinho com água. Infelizmente, porém, o lambarizinho morreu dias depois. Desolada, ela cavou um buraco no quintal e o enterrou solenemente.

COMPETIDORES acompanham lancha da Marinha na largada da prova de pesca embarcada

No final de setembro, Brenda estava de novo à beira d’água, dessa vez no cais da cidade. Era uma das 1.500 crianças participantes da prova infanto-juvenil do 280 FIP – Festival Internacional de Pesca Esportiva, considerado o maior torneio de pesca embarcada em água doce do mundo. Atrai até 200 mil pessoas, mais que o dobro da população local, estimada em 90 mil habitantes. Situada a 214 quilômetros de Cuiabá, Cáceres é um dos principais portões de entrada do pantanal mato-grossense, vasto mundo de 17 milhões de hectares com extensas planícies alagáveis, cortado pelo rio Paraguai, um colosso com 2.621 quilômetros, 1.683 dos quais em território brasileiro – nasce na chapada dos Parecis, perto de Diamantino, ao norte de Cáceres, e flui lentamente até a fronteira do Paraguai com a Argentina, para então formar o rio Paraná. Afluentes portentosos, como o Jauru, o Sepotuba, o Cuiabá, o Negro, o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Aquidauana, ajudam-no a drenar a região, considerada uma das três principais áreas de pesca em água doce do país – as outras são a Amazônia, reduto dos grandes tucunarés bons de briga e a região do Araguaia, que abrange parte dos estados do Tocantins, Pará, Goiás e Mato Grosso.

No total, o rio Paraguai acolhe as águas de 132 tributários, hábitat de 263 espécies de peixes de todos os tipos, tamanhos, formatos, cores e hábitos. Alguns, menores que o lambari de Brenda, cuja morte a fez chorar; outros, gigantes do porte do jaú, capaz de atingir 1,50 metro e 120 quilos. No meio deles, uma profusão de pacus, pintados, cacharas, dourados, pirara ras, piranhas, piavuçus, barbados, curimbatás, piraputangas, jurupocas, cascudos, piaus, jurupenséns, matrinxãs, etc.

BRENDA ALOISI, durante a prova infantil em Cáceres

Lamentavelmente, Brenda não repetiu em Cáceres a façanha de estréia no mundo da pesca, embora usasse equipamento similar: caniço de bambu, linha 0,30 mm, chumbinho e anzol 2. Também, pudera! A concorrência era enorme, a gritaria de incentivo dos pais, maior ainda, sem falar na confusão de varas, linhas e iscas – massinha de pão, grãos de milho e soja. Dividida em duas etapas (a primeira, para crianças de 4 a 8 anos; a segunda, de 9 a 12 anos), o torneio infanto-juvenil é uma das principais atrações do FIP. Há outras: pesca em canoa, vôlei de praia, futebol de areia, truco espanhol, bozó, feira de artesanato, shows musicais, etc.

A maior, no entanto, é a prova de pesca motorizada, realizada das oito horas da manhã até as quatro da tarde, no último dia do festival. Neste ano, largaram 320 barcos com motorização de 15 a 40 HP, conduzidos até o ponto de pesca – um trecho de quase dois quilômetros do Paraguai, entre a “Baía da Palha” e a “Boca do Caiçara” – por uma lancha da Marinha. Cada equipe compõe- se por três pescadores e um piloteiro. No entanto, há quem prefira conduzir o próprio barco, como Gilmar Brunelo dos Reis, líder da equipe Karajás, bicampeã do campeonato estadual, realizado em 35 etapas – a última foi a de Cáceres, coincidindo com o FIP.

GILMAR REIS lança tarrafa na Baía da Caiçara em busca de iscas: “O segredo é testar os pontos de pesca”

As regras do festival valem para o campeonato estadual: o ponto de pesca é de livre escolha. A distância mínima entre as embarcações é de cinco metros. Em barco apoitado não se mexe mais. Quem trocar de lugar perde os pontos, sujeitando-se à desclassificação. Vence a equipe com maior pontuação. Os pontos são atribuídos conforme o grau de dificuldade, o tamanho e o peso do peixe. As espécies mais comuns geralmente valem menos e as raras, mais. Como os espécimes ocorrem de forma diversa de uma região para outra, a pontuação varia. Em Cáceres, o mais difícil de fisgar é o dourado; no rio Araguaia, a pirarara; no Teles Pires, o matrinxã, e assim sucessivamente.

OS REIS, contentes com os dois pintados ferrados no Paraguai: “Peixe faz carreiro igualzinho o boi”

A norma mais importante, porém, é soltar o peixe após a medição – os ficais ficam navegando entre os competidores, trajando camisetas com cores diferentes das dos pescadores. Basta apitar para chamá-los. A cada peixe, um apitaço. A cada apito, uma festa. Muitos participam apenas pela farra. Passam boa parte do tempo divertindo- se, bebendo ou comendo – a bóia é parte da tralha ou preparada à bordo. A maioria, porém, leva a competição à sério, o que não exclui brincadeiras – coisa de pescador. Em Cáceres, ferraram 472 peixes, o maior dos quais um jaú de 1,25 metro. A equipe Pantaneira, que o fisgou, ganhou uma moto Suzuki 125. A Soteco II, vencedora da prova, levou uma lancha 500 com motor Yamaha 25 HP e carreta-reboque. Os Karajás não se saíram muito bem no FIP, mas ganharam um carro zero quilômetro pelo título estadual – já haviam acumulado pontos nas etapas anteriores.

FONTE G1